Portugal Natura
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Ambientalistas lamentam oportunidade perdida para fechar pedreiras na Arrábida

Ir para baixo

Ambientalistas lamentam oportunidade perdida para fechar pedreiras na Arrábida Empty Ambientalistas lamentam oportunidade perdida para fechar pedreiras na Arrábida

Mensagem  Mandrágora Qui 21 Fev 2013 - 16:08


Ambientalistas lamentam oportunidade perdida para fechar pedreiras na Arrábida 750558

Ambientalistas lamentam oportunidade perdida para fechar pedreiras na Arrábida

Candidatura da Arrábida a Património da Humanidade da UNESCO não inclui programa para fechar pedreiras e aumentar a fiscalização da indústria na serra.

Ambientalistas e pescadores estão satisfeitos com a candidatura da Arrábida a Património da Humanidade, entregue no início de Fevereiro, mas defendem um combate mais eficaz à poluição das águas do Sado e dizem que se perdeu uma oportunidade para programar o fim das pedreiras.

“As pedreiras são uma ferida aberta no coração da Arrábida e aí pensamos, de facto, que esta candidatura deveria ter equacionado uma saída gradual das pedreiras, planeada, faseada, de modo a causar o mínimo impacto social e sócio-económico na região. E pensamos que essa oportunidade foi perdida”, disse à Lusa a vice-presidente da Quercus, Carla Graça.

Embora satisfeita com a entrega da candidatura da Arrábida na UNESCO, a 1 de Fevereiro em Paris, Carla Graça considera que a candidatura deveria programar o fim das pedreiras e poderia contribuir para obrigar a uma maior e melhor fiscalização das actividades industriais referenciadas como as principais poluidoras das águas do rio Sado.

“Estamos a falar da central eléctrica, da celulose (Portucel) e da antiga Setenave, agora Lisnave, que pode ter um impacto muito grande devido aos produtos químicos que usam na recuperação dos navios”, disse.

“Sabemos que há mais restrições ambientais a essas actividades industriais, que há maior controlo, mas também é certo que a fiscalização nem sempre é aquela que gostaríamos que fosse e que é importante reforçar os meios de fiscalização no terreno”, acrescentou Carla Graça, durante uma visita a algumas zonas paradisíacas da Arrábida.

Apesar dos muitos problemas que continuam por resolver, como a poluição que ainda se faz sentir no estuário do Sado, Carla Graça acredita que a protecção dos viveiros naturais junto à costa da Arrábida, no Parque Marinho Luiz Saldanha, é um passo positivo para a renovação das espécies que garantem a sustentabilidade da pesca.

“A preservação da zona de viveiros é importante para valorizar os recursos endógenos da região, como também seria importante ter usado a candidatura para criar um projecto de futuro para a Arrábida, nomeadamente equacionar qual será o futuro próximo, face aos vários conflitos que existem entre a actividade industrial pesada e a Arrábida”, frisou.

Pescadores preocupados
O presidente da Federação das Associações de Pesca do Sul, João Lopes, também aplaude a candidatura da Arrábida a património mundial, mas está menos optimista quanto ao resultado concreto das restrições à pesca no parque marinho.

Para João Lopes, as restrições impostas aos pescadores a partir de 2005, quando foi aprovado o novo regulamento do Parque Natural da Arrábida, já determinaram uma redução drástica do número de embarcações de pesca no porto de Sesimbra.

“No concelho de Sesimbra tínhamos cerca de 130 embarcações e hoje há apenas 60. Houve um convite a que as pessoas se candidatassem a reformas antecipadas, por desgaste físico, para depois transformarem as suas embarcações de pesca em embarcações de recreio, passando a fazer pesca lúdica em vez de pesca profissional”, disse.

“Mas, se não mudarmos de política, não valerá de nada a fiscalização do parque marinho, não valerá de nada criar zonas de proibição total, porque continuará a haver pesca [ilegal], de uma forma que nós, pescadores, não defendemos e que não ajuda o sector no futuro”, acrescentou.

João Lopes defendeu ainda a necessidade de se fazer uma “pesca selectiva para a captura de espécies predadoras não comerciáveis” dentro do parque marinho e mostrou-se convicto de que a maior ameaça para a preservação das zonas de “maternidade” não vem dos pescadores, mas da poluição proveniente das actividades agrícolas e industriais nas duas margens do Sado.

Fonte: Público
Mandrágora
Mandrágora

Mensagens : 327
Data de inscrição : 20/03/2012

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos