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Lobo-ibérico

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Mensagem  Mandrágora Sáb 2 Jun 2012 - 10:35

Lobo-ibérico
Canis lupus signatus (Cabrera, 1907)

Lobo-ibérico Lobo1k

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Canidae
Género: Canis
Espécie: Canis lupus
Sub-espécie: Canis lupus signatus

Descrição
O lobo-ibérico é a subespécie mais pequena do lobo-cinzento (Canis lupus), o maior canídeo selvagem existente. São facilmente identificáveis devido às suas parecenças com algumas raças de cão (Canis lupus familiaris).
É um animal de grande porte, de corpo alongado, com a região anterior do corpo bem desenvolvida, região lombar forte, membros compridos e estreitos, sendo os membros dianteiros maiores que os posteriores, patas volumosas e cauda espessa.
A cabeça do lobo-ibérico é volumosa e alongada, com o focinho largo e arruivado, as orelhas são triangulares, curtas e pouco pontiagudas, os olhos frontalizados são cor de topázio e apresenta uma mancha facial branca. A pelagem é predominantemente castanho-amarelada, apresentando no dorso uma listra negra, que se estende do pescoço à cauda. Os membros anteriores também apresentam uma listra negra longitudinal, responsável pelo nome desta subespécie (signatus (latim) significa expressivo). A pelagem de Inverno é mais escura e densa, dando-lhe uma aparência mais robusta, em comparação com a pelagem mais clara e rala de Verão.
O lobo-ibérico não apresenta dimorfismo sexual evidente, sendo as fêmeas geralmente mais pequenas que os machos.

Comportamento
Animal misterioso e tímido, de hábitos nocturnos, vê-lo é um golpe de sorte, sentindo-se a sua presença através dos vestígios (dejectos, pegadas, restos de presas) que deixa da sua actividade. Organizam-se em grupos sociais, as alcateias, de 3 até 12 indivíduos sob uma hierarquia dominada por um casal alfa. A comunicação entre lobos é feita através de contacto visual, sinais olfactivos ou auditivos, como as marcações com excrementos ou urina e vocalizações. Sendo animais territoriais, os seus territórios podem ter uma área de 150 a 300 km2, dependendo da disponibilidade de espaço, alimento e presença humana.

Alimentação
Após a extinção do urso-pardo, o lobo-ibérico tornou-se o grande predador na nossa fauna. Este carnívoro tem por base alimentar ungulados selvagens de médio e grande porte: o veado, o corço e o javali. No entanto, as suas presas naturais escasseiam e por vezes verificam-se ataques ao gado, chegando a alimentar-se de carcaças ou mesmo de frutos. Toda a alcateia coopera nas caçadas e podem chegar a percorrer 20 a 40 km em busca de presas.

Reprodução
O lobo-ibérico é uma espécie monogâmica em que nas alcateias, o par dominante é, regra geral, o único casal reprodutor. Reproduzem-se uma vez por ano, acasalando entre fins de Janeiro a Março e tendo as suas crias após dois meses de gestação, ou seja, entre Abril e Maio. As ninhadas são compostas por 3 a 8 crias que atingem a maturidade sexual passado 2 ou 3 anos de idade, no entanto podem adiar essa maturação enquanto permanecerem na alcateia natal. Normalmente abandonam-na no primeiro ou segundo ano mas podem permanecer até aos quatro anos de idade.

Habitat
O lobo tem preferência por florestas com topografia acidentada, onde a pressão humana sentida seja bastante baixa e, nos dias de hoje, onde se sinta uma elevada actividade de criação de gado.

Distribuição
O lobo-ibérico é uma subespécie endémica da Península Ibérica. Apesar de no início do século XX o lobo ocupar praticamente toda a Península Ibérica, nos dias de hoje a sua área de distribuição é cerca de 20% da área original, confinados ao interior norte da Península, devido à diminuição drástica do efectivo populacional entre as décadas de 40 e 70.

Lobo-ibérico Lobo2b

Em Portugal, a população encontra-se fragmentada e está distribuída por duas subpopulações. Uma população a norte do rio Douro, distribuindo-se por 3 núcleos principais: o Parque Nacional Peneda-Gerês, o Parque Nacional de Montesinho e o Parque Nacional do Alvão. Estes núcleos são os mais estáveis apresentando continuidade com a população espanhola, sendo uma fonte de dispersão desta subespécie. No entanto, existe também uma subpopulação a sul do Douro que encontra-se muito fragmentada, muito pouco estável e isolada das restantes populações, sendo a que apresenta maior perigo de extinção.

Estatuto de Conservação
Apesar de o lobo não se encontrar globalmente ameaçado, a subespécie da Península Ibérica encontra-se em perigo de extinção (segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal), essencialmente devido à destruição e fragmentação do seu habitat por incêndios e construção de infra-estruturas, como estradas ou parques eólicos, devido à disponibilidade de alimento, uma vez que as suas presas silvestres também escasseiam no território português e devido à perseguição directa por parte das populações rurais através do tiro, de veneno e de armadilhas.
O lobo-ibérico encontra-se protegido desde 1988, sendo proibido o seu abate ou captura e destruição do seu habitat (Lei 90/88 de 13 de Agosto, posteriormente regulamentada pelo Decreto-Lei 139/90 de 27 de Abril). Também está incluído no Anexo II da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção) e no Anexo II da Convenção de Berna (Convenção Relativa à Conservação da Vida Selvagem e dos Habitats Naturais da Europa) e ainda, segundo a Directiva de Habitats, a Comunidade Europeia considera o lobo uma espécie prioritária para a conservação.


Bibliografia:
Álvares, F. 2004. Status and Conservation of the Iberian Wolf in Portugal. Wolfprint. 20. 4-6.
http://lobo.fc.ul.pt/?page=conteudos/morfologia
http://www.iucnredlist.org/apps/redlist/details/3746/0
http://naturdata.com/Canis-lupus-6691.htm
http://naturdata.com/index.php?option=com_content&view=article&id=109:o-lobo-em-portugal&catid=41:gerais&Itemid=46
http://carnivora.fc.ul.pt/especies/lobo.htm~
http://linces-ajuda.webnode.com.pt/lobo-iberico/
Imagens:
http://lobo.fc.ul.pt/imagens/Lobos/Galeria_Faia.jpg
http://naturdata.com/images/stories/entrada/lupus4.jpg
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