Mariana Pinho ganha bolsa de 1,6 milhões de euros
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Mariana Pinho ganha bolsa de 1,6 milhões de euros
Mariana Pinho ganha bolsa de 1,6 milhões de euros
Cientista vai estudar bactérias resistentes a antibióticos
Mariana Gomes de Pinho é uma das vencedoras deste ano do concurso do Conselho Europeu de Investigação (ERC-European Research Council) para Starting Grants, cujos resultados oficiais foram anunciados ontem, avança a AlphaGalileo.
Com uma bolsa no valor de 1,6 milhões de euros atribuída para os próximos cinco anos, a investigadora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica quer perceber melhor a organização interna da bactéria patogénica resistente a antibióticos, Staphylococcus aureus.
Portugal é um dos países da Europa com percentagens mais elevadas de estirpes de Staphylococcus aureus resistentes aos antibióticos, um tema a que se dedicam vários laboratórios do ITQB. A coordenar o laboratório de Biologia Celular Bacteriana desde 2006, Mariana Gomes de Pinho está particularmente interessada na parede bacteriana, uma estrutura essencial para a sobrevivência da bactéria e o principal alvo de antibióticos como a penicilina. Além da parede, a superfície das bactérias tem vários outros componentes conhecidos mas o modo como estes componentes são fabricados na ordem e local correctos é ainda um mistério.
“Podemos pensar na síntese da superfície bacteriana como uma linha de montagem numa fábrica de automóveis”, explica a investigadora. “Se estudássemos cada máquina da linha de montagem de um modo independente, descobríamos a sua função. Mas isso não seria suficiente para perceber como a fábrica funcionava no seu todo. Para conseguirmos montar uma fábrica semelhante noutro local, teríamos que ter a planta da fábrica, saber onde colocar cada máquina, de modo a que tudo funcionasse. O que queremos fazer neste projecto é perceber em que local da bactéria é que cada processo acontece e como é que as ‘máquinas’ necessárias para sintetizar cada componente da superfície bacteriana são postas no local certo e na altura correcta”.
Para atingir este objectivo, a cientista vai construir estirpes de Staphylococcus aureus em que os componentes destas máquinas estão marcados com proteínas fluorescentes e por isso podem ser seguidos ao microscópio. Estas estirpes poderão também ser muito úteis para a determinação do modo de acção de novos antibióticos.
Fonte: CiênciaHoje
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