Mesma proteína para diferentes funções: veneno e reprodução
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Mesma proteína para diferentes funções: veneno e reprodução
Investigadores do CIIMAR apresentam estudo sobre as CRISP
Determinadas proteínas – denominadas CRISP – encontradas exclusivamente nos animais vertebrados estão relacionadas com diferente funções em répteis e mamíferos. Nestes, desempenham um papel na reprodução; nos répteis têm um papel na produção do veneno. A investigação inovadora de dois investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) foi publicada na «Molecular Biology and Evolution».
Em conversa com o «Ciência Hoje», Agostinho Antunes, autor do trabalho, juntamente com Kartik Sunagar, explica a importância deste estudo e como pode ser uma base para o futuro desenvolvimento de antivenenos mais eficazes do que os actuais.
O estudo da genética molecular dos genes que codificam estas proteínas em répteis venenosos revelou que esses genes são influenciados pela selecção natural positiva. A diferente pressão evolutiva definiu “a adopção de estratégias diversas” nos diferentes vertebrados. Assim, as proteínas CRISP desempenham, nos répteis, nomeadamente nas cobras, funções associadas à toxicidade, ou seja, estão associadas ao desenvolvimento de estratégias de defesa e predação.
No entanto, nem todos os répteis são venenosos. “As cobras têm venenos mais elaborados, mais eficientes”, diz. “É o exterior da proteína que tem o efeito mais relevante para a composição do venenos”, explica, sendo que esta característica não era conhecida nas proteínas CRISP.
Por contraste, as proteínas CRISP nos mamíferos possuem muito pouca variação. Assim, as “proteínas homólogas não têm essa função nos mamíferos”, estão, antes, envolvidas na reprodução.
Produção de antídotos
Actualmente, explica Agostinho Antunes, os antídotos ou antivenenos são produzidos a partir do próprio veneno. São extraídos do animal que o produz “e introduzidos numa quantidade reduzida em outros animais para que estes desenvolvam anticorpos. Este método de obtenção de antídotos não é 100 por cento eficaz e pode mesmo provocar reacções alérgicas em humanos”.
Alguns trabalhos “mais inovadores tentam produzir antivenenos com base sintética”. A equipa está a estudar outros genes e proteínas associadas para a optimização de antivenenos.
Fonte: cienciahoje.pt
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