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Impacto das espécies invasoras e a sua gestão social

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Mensagem  Mandrágora Sáb 26 Jan 2013 - 15:37


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Impacto das espécies invasoras e a sua gestão social

Ronaldo Sousa, investigador no CIIMAR (Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental) e professor na Universidade do Minho é um dos autores do estudo «Impacts of biological invasions: what’s what and the way forward», que chama a atenção para os impactos das espécies invasoras a vários níveis.

A novidade deste estudo, publicado na «Trends in Ecology and Evolution» prende-se sobretudo com a abordagem. “Além de abordarmos os impactos económicos e ecológicos das espécies, o importante é tentar perceber como a sociedade percebe e tenta gerir esse problema”, explica em conversa com o «Ciência Hoje».

Este artigo teórico foi concebido por uma equipa internacional de especialistas. “Encontrámo-nos em França há um ano para discutir o assunto a partir de dados já existentes e outros mais recentes. Embora consideremos que os impactos negativos são bem maiores que positivos, tem havido nos últimos anos alguma tentativa de dar ênfase aos efeitos positivos gerados pela introdução de espécies não autóctones”.
“Temos em Portugal várias espécies que não são de cá tiramos proveito disso, como o eucalipto, por exemplo. É um aspecto positivo nomeadamente para as empresas da pasta de papel que tiram proveito económico”.

No entanto, “tem vários aspectos negativos. Nomeadamente as alterações dos regimes de fogo que normalmente são mais difíceis de quantificar economicamente”.

O que o artigo quer “é abordar a forma como nós, a sociedade, percebe esse impacto. Será que devemos gastar dinheiro a gerir estas coisas; será que devemos deixar tudo como está ou que algum dia vamos conseguir controlar isto?”, são algumas das perguntas que o artigo levanta.

O papel dos cientistas como divulgadores e formadores que ajudam as pessoas a desenvolverem as suas opiniões é aqui também equacionado.

Predisposições contraditórias

Vários problemas, bem como a sua resolução, são dominados pelas “predisposições humanas”. O investigador dá um exemplo. “Em Portugal temos problemas com ratos, principalmente em ilhas, que causam problemas graves a nível ecológico e económico. É fácil vender a ideia da erradicação dos ratos. Não levanta qualquer problema, nem sequer ético, porque estamos predispostos a achar os ratos repugnantes”.

Mas em Itália, actualmente, “existem alguns problemas com esquilos, principalmente porque estão a propagar doenças para outras espécie. Mas é completamente impossível erradicar os esquilos porque as pessoas acham os animais bonitos e são totalmente contra, no entanto são mamíferos como os ratos”, explica. “Há uma predisposição humana para valorizar umas coisas e não outras, e este trabalho fala disso”.

A equipa dá exemplos de países que estão a trabalhar na gestão destes problemas. “À Nova Zelândia chegavam com muita frequência mamíferos novos que estavam a causar problemas. As autoridades fizerem uma análise e, através de controlo de fronteira, o número de espécies invasoras diminuiu”.

Quanto a Portugal, “há alguma preocupação de algumas entidades mas ainda estamos muito longe de outros países”.

Pode aceder agratuitamente ao resumo do artigo aqui.

Fonte: Ciência Hoje
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