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Cipreste do Príncipe Real luta pela vida aos 140 anos de idade

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Cipreste do Príncipe Real luta pela vida aos 140 anos de idade Empty Cipreste do Príncipe Real luta pela vida aos 140 anos de idade

Mensagem  Haddock Qui 31 maio 2012 - 9:28

Cipreste do Príncipe Real luta pela vida aos 140 anos de idade Cipreste


Aos 140 anos de idade, o grande cipreste do jardim do Príncipe Real, em Lisboa, luta por se manter vivo. Às mazelas próprias da idade juntam-se as malfeitorias dos vândalos, que já chegaram a incendiar o interior do tronco, e os ataques cíclicos de piolhos.

Ninguém sabe se a árvore, que está classificada desde 1940, irá sobreviver. "Se conseguir fazer um novo lançamento de folhas no Outono, é provável que sim", diz a coordenadora do Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida, Filomena Frazão Caetano, admitindo, no entanto, que o estado do cipreste é preocupante. Desde 1996 que esta instituição ajuda a Câmara de Lisboa a cuidar do seu património vegetal. Os especialistas da Autoridade Florestal Nacional também não se mostram optimistas. "Fez-se tudo o que foi possível, mas não se podem pedir milagres. Tal como os idosos, a árvore começa a revelar problemas de saúde próprios da idade", observa o vice-presidente deste organismo, João Soveral, ressalvando: "Não quer dizer que vá morrer".

Muito menos frondosa do que já foi, a copa deste cipreste-do-buçaco a que toda a gente se habituou a chamar cedro mede mais de 26 metros de diâmetro, enquanto o seu tronco alcança um perímetro de quatro metros. Apesar de se ter tornado famoso pela sua antiguidade e dimensões, o cipreste nem sequer é o maior do país, faz notar Filomena Frazão Caetano: "Existe um ainda maior em Runa, no concelho de Torres Vedras. Tem 134 anos e a copa mede 28 metros".

Os técnicos atribuem a debilidade do exemplar do Príncipe Real sobretudo a um grande incêndio de que foi vítima há já mais de dois anos. "Não obstante todos os esforços para a sua conservação, a árvore tem sido alvo de actos de vandalismo que estão a pôr em perigo a sua sobrevivência, o último dos quais foi o lançamento de materiais incandescentes para o interior do seu tronco", que há muito é oco, descreve um relatório da Autoridade Florestal Nacional datado de meados deste mês.

O documento foi produzido em resposta ao movimento cívico Fórum Cidadania, que julgava que o declínio do Cupressus lusitanica Miller (o nome científico do cedro) se pudesse ficar a dever às obras que tiveram lugar no jardim há dois anos. Este organismo garante que não, e diz que o fogo terá afectado a zona de inserção das raízes. "Em consequência do enfraquecimento generalizado, devido ao incêndio, a árvore sofreu forte ataque de um afídio [os chamados piolhos das plantas, ou pulgões], insecto que está a causar o amarelecimento e seca dos raminhos de partes da copa", descreve o relatório.

Os técnicos já procederam a uma lavagem da copa, que está assente numa estrutura de ferro, libertando-a de parte dos invasores e também dos ramos mortos. "Tendo em conta a idade da árvore e os sintomas exteriores de enfraquecimento, as raízes poderão já não ter capacidade para levarem os nutrientes a todas as partes da copa", explica ainda a Autoridade Florestal.

Vários dos frequentadores do jardim têm a sensação de que o cipreste nunca foi acarinhado como merecia - apesar de o Laboratório de Patologia Vegetal garantir que tem sido alvo de "minuciosas e dispendiosas intervenções de manutenção" por parte da Câmara de Lisboa, com vista à sua preservação. "Tem tido falta de atenção, não lhe têm dado o tratamento adequado", observa o dono de um dos quiosques do Príncipe Real. "Não lhe têm prestado a atenção que merece", corrobora o proprietário de outro quiosque.

A coordenadora do Laboratório de Patologia Vegetal admite que a erradicação dos piolhos podia ter sido feita mais cedo: "As elevadas temperaturas de Fevereiro passado fizeram com que o insecto começasse a produzir estragos mais cedo do que o habitual, e que se tivesse descurado o tratamento" atempado. "Mete medo pensar que o cedro poderá vir a morrer", diz, desgostosa, uma italiana que mora perto do jardim, Marzia Grassi. Talvez ainda não seja desta: "O facto de ter folhas novas nesta Primavera é um bom sinal", observa Filomena Frazão Caetano.

O PÚBLICO tentou obter esclarecimentos da câmara sobre o problema, mas sem sucesso


fonte: http://ecosfera.publico.pt
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