Portugal Natura
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Quercus apresenta queixa em Bruxelas por causa de carros em fim de vida

Ir para baixo

Quercus apresenta queixa em Bruxelas por causa de carros em fim de vida Empty Quercus apresenta queixa em Bruxelas por causa de carros em fim de vida

Mensagem  Admin Seg 6 Ago 2012 - 12:06

Quercus apresenta queixa em Bruxelas por causa de carros em fim de vida Veiculosemfimdevida

Há mais de 35.500 carros que saíram de circulação em 2011 e que não chegaram a entrar nos centros de abate certificados. A Quercus anunciou nesta quinta-feira ter apresentado uma queixa em Bruxelas contra o Estado, acusando-o de permitir a existência de sucatas ilegais.

A Quercus está preocupada com as consequências para o Ambiente e para a economia do facto de o Código da Estrada ainda não estar em concordância com a directiva comunitária sobre veículos em fim de vida (VFV), apesar de ter sido transposta para Portugal há já quase 10 anos.

Pedro Carteiro, da Quercus, explicou ao PÚBLICO que a directiva 2000/53/CE, transposta para Portugal em 2003, prevê que os veículos em fim de vida – ou seja, que não podem voltar a circular - sejam entregues num centro de abate licenciado. Tudo porque são classificados como um resíduo perigoso. Assim, quem quiser dar baixa de um automóvel e cancelar a matrícula tem de apresentar no Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) um Certificado de Destruição que só os centros de abate licenciados estão autorizados a emitir. Assim, dão baixa do carro e deixam de pagar o Imposto Único de Circulação.

“O problema é que o Código da Estrada e o IMTT não exigem esse certificado.” Segundo Pedro Carteiro, “há abusos na interpretação do artigo 119 e as pessoas deixam de pagar o imposto mesmo sem apresentar o Certificado de Destruição”. Em 2011 foram canceladas 97.730 matrículas, referentes a veículos ligeiros; mas para o mesmo ano só foram emitidos 62.195 Certificados de Destruição. “Ou seja, não se sabe o destino de mais de 35% dos VFV gerados no país”.

“Este é um caso extremo e já está a ter consequências em alguns operadores”, acrescentou Pedro Carteiro, lembrando a concorrência desleal das sucatas ilegais.

Segundo Ricardo Furtado, director-geral da Valorcar – a entidade gestora dos VFV e que se juntou à Quercus na apresentação da queixa à Comissão Europeia – existem actualmente 80 centros de abate em todos os distritos de Portugal continental, Açores e Madeira, onde se pode entregar os carros gratuitamente. “São como fábricas ao contrário: quando um automóvel entra, separam-se os vários metais, o vidro, os pneus, catalisadores, óleos, combustíveis. Reaproveitam-se as peças possíveis e o restante encaminha-se para empresas de reciclagem especializadas”, explicou. Segundo a directiva comunitária, estes centros têm de garantir que cada veículo valorize 85% em peso de todos os seus materiais.

“Os centros investiram muito em equipamentos, impermeabilizações e estações de tratamento de águas residuais. Têm custos de manutenção que uma sucata ilegal não tem. Estas só aproveitam as peças que lhe interessam e conseguem pagar pelos carros mais do que os centros de abate, que têm de amortizar todo o investimento feito. É uma distorção do mercado”, disse Ricardo Furtado.

Esta situação já está a ter impactos no sector. “Em 2011, e pela primeira vez, encerrou um centro de abate, em Bragança, por falta de mercado”, acrescentou Ricardo Furtado. “Num momento em que o país está mergulhado numa crise, as pessoas tendem a conservar os carros mais tempo e há menos VFV a ser entregues nos centros de abate. Mas o que é certo é que a concorrência desleal tem um impacto grande.”

“Consideramos que o artigo 119 do Código da Estrada não faz sentido, devendo apenas estar previstas excepções – como os carros clássicos que são guardados na garagem – e procedimentos de verificação”, disse Pedro Carteiro, da Quercus.

“Hoje, todos os centros de abate estão numa situação pior do que há três anos. A tendência é para o aumento do risco de encerrar”, admitiu Ricardo Furtado.

Fonte: http://ecosfera.publico.pt
Admin
Admin
Admin

Mensagens : 317
Data de inscrição : 19/03/2012
Idade : 43

https://portugalnatura.forumeiros.com

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos